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sábado, 19 de novembro de 2011

Sentado no banco da praça
Vejo crianças a correr
Olho todo mundo que passa
As vezes sem querer


O contrasto machuca
A qualquer um que olhar
É algo preocupa
É algo que não podemos deixar passar


Uma criança dorme perto da rua
Sem se preocupar com o movimento
Parece estar no mundo da lua
Coitada, mora ao relento


Do outro lado, um velhinho
Que para garantir seu sustento cata papelão
Vai andando devagarinho
E não tira os olhos do chão


Outras crianças brincam na fonte
Se refrescam no chafariz
Penso comigo: aquela fonte
Por alguns momentos faz uma criança feliz


As pessoas apressadas
Passam sem se preocupar
Com as crianças abandonadas
Que na rua estão a vagar


Pedindo dinheiro no farol
Mendigando um pouco de atenção
Muitas vezes só
No meio da multidão




Algumas sem perspectivas de futuro
Entram na vida bandida
Outras escalam e vencem o muro
E encontram uma solução, uma saída


Encontram verdadeiros anjos no caminho
Que sabem lidar 
Mostram o amor e o carinho
E elas aprendem que ao próximo tem que se amar


Mesmo com a sociedade
Se preocupando menos do que deveria
Não pensam em maldade
Vivem com alegria


E é assim que tem que ser
Oh, povo brasileiro
Nossos conceitos temos que rever
E pensar nas crianças primeiro.
Enganar-se com relação a coisas
Ou pessoas
É algo inerente ao ser humano.


Mesmo assim
Como fere o coração...
Saber que algo não é aquilo que aparenta,
Descobrir que algumas pessoas, consideradas especiais
E inteligentes
Se aproveitam disso para tirar vantagem
E com isso magoar, entristecer, machucar
Sem se importar, sem se arrepender
Pisando e debochando dos sentimentos alheios...


Passo agora por tudo isso
Mas apesar da dor,
Não desejo mal a tais pessoas
Eu apenas manterei distância
(O máximo que puder)
Pois sei que o que aqui é feito
Aqui é pago...


E não quero estar por perto quando isso ocorrer!